Choveu, e agora? Essa pergunta eu e tantos outros professores de educação física fazem ao constatar que o tempo mudou, a chuva começou a cair e a sua sala de aula – a quadra, quando sem cobertura – não pode ser utilizada. E agora, o que fazer?
Algumas atividades que os professores podem desenvolver com seus alunos quando esse imprevisto acontece (ou até mesmo programá-las para o ano letivo, independente de variações climáticas) são exibições de vídeos com temas e assuntos relacionados à educação física (esportes, história da educação física, cultura corporal de movimento) e – por que não? – aulas teóricas na própria sala da turma. Já tinha ouvido falar que muitos professores desta disciplina temem a sala de aula por ser um espaço físico limitado e por não saberem como agir adequadamente. Mas podemos, e devemos, encarar esse desafio e tornar a tão “temida” sala de aula em nossa aliada, tanto em dias de imprevistos climáticos quanto numa aula planejada.
E o que trabalhar em sala de aula? Várias coisas. Podemos, por exemplo, mostrar aos alunos a história das diversas modalidades esportivas, os contextos históricos em que surgiram e os respectivos desenvolvimento e aperfeiçoamento ao longo dos tempos até os dias atuais, como os conhecemos. Podemos trabalhar e estimular a leitura de textos e artigos jornalísticos sobre essas mesmas modalidades esportivas e, conseqüentemente, desenvolver debates e trocas de opiniões. Aproveitar a expectativa de um grande evento esportivo que está por vir, os jogos olímpicos de Londres e apresentar as suas origens, o seu contexto histórico, elaborando uma linha do tempo mostrando desde os primeiros jogos na Grécia antiga até os dias atuais (ressaltando, inclusive, o início da participação brasileira, em 1920), ajudando na compreensão pelos alunos do que são os jogos olímpicos. Talvez, até, desenvolver um projeto interdisciplinar com professores de história e geografia, mostrando a influência dos acontecimentos históricos na realização dos jogos olímpicos ao longo dos tempos e as diversidades étnicas, culturais e econômicas de cada país participante e do país sede.
Bem, não estou propondo “receitas de bolo”, mas sugestões que possam auxiliar os meus colegas professores de educação física em suas aulas, já que eu mesmo utilizo essas propostas. Depois de vencida a resistência inicial dos alunos às aulas em sala (sim, pois os alunos acham que nestas aulas basta realizar bem algum esporte ou ter um bom condicionamento físico e que a teoria, o trabalho intelectual não existem!) conseguimos com que os alunos participem ativamente e, em conseqüência, que compreendam os assuntos relacionados à disciplina e que estão presentes, cada vez mais, no cotidiano de todos.
sobre o(a) autor(a):
Raquel Peloso Lopes é professora de Eduacação Física da Escola Municipal Professor Ary Quintella, formada em Licenciatura Plena em Educação Física pela UFRJ e possui especialização Lato-Senso em Educação Física escolar pela UFF.
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