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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Brasil gasta R$ 6,5 milhões por medalha no Pan-11

Cada medalha conquistada pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara custou R$ 6,5 milhões aos cofres públicos. Somando apenas os dois maiores projetos esportivos do governo federal, a Lei Piva e a Lei de Incentivo ao Esporte, foram investidos R$ 928 milhões nos últimos quatro anos. O resultado foram 141 medalhas, 48 delas de ouro em Guadalajara.

O Brasil terminou em terceiro no quadro geral de medalhas (primeiro foram os Estados Unidos e Cuba ficou em segundo), totalizando 141. Destas, 48 foram de ouro. Comparados com o Pan do Rio de Janeiro em 2007 e o Pan em Santo Domingos, em 2003, onde a delegação brasileira conquistou 157 medalhas, sendo 52 de ouro e 123 medalhas, sendo 29 de ouro, respectivamente, o salto foi positivo.

Considerando o quadro geral de medalhas, o Brasil sobe para a segunda colocação, já que Cuba totalizou 136 medalhas.

No entanto, se fizermos uma análise tomando como referência os Jogos Olímpicos de Londres, no próximo ano, aí o negócio pega. Das 93 vagas que o Brasil buscava garantir, apenas 23 delas foram preenchidas. Tudo bem que eram 97 vagas para todos os países que participavam do Pan, mas ficar com pouco mais de 25% por cento das vagas, é muito pouco para o montante do que se investi na preparação dos atletas. Talvez isso seja um reflexo de como se prepara o atleta nacional. Dinheiro tem. E muito!!!

O Pentatlo com Yane Marques, o Hipismo, que leva cinco atletas, o handebol com 14, o triatlo com Reinaldo Colluci e a canoagem com Erlon Souza e Ronilson Oliveira foram os contemplados e já carimbaram seus passaportes para os Jogos Olímpicos de Londres, 2012.
Cuba, uma pequena ilha de 110.861 km2 e 11 milhões de habitantes, fechou os jogos com 58 medalhas de ouro, em segundo lugar, somando 136 medalhas.

Como uma ilha do tamanho do estado de Alagoas e com o número de habitantes do Rio Grande do Sul pode ganhar mais medalhas de ouro que o Brasil e ficar apenas atrás dos Estados Unidos no Pan?

Pensem comigo:

"A boa aparição no quadro de medalhas não indica que o país está bem no quesito esporte.


Apesar do enorme dispêndio de dinheiro público no alto rendimento, a nossa participação em Londres, no ano que vem, será apenas razoável, não muito diferente do que tem ocorrido em Jogos Olímpicos anteriores, em que os investimentos eram bem menores.

Se o Brasil figura à frente do Canadá no número de medalhas no Pan, é incorreto dizer que temos uma nação esportivamente mais desenvolvida que eles.

Lá, toda a população, desde a infância até a terceira idade, tem acesso gratuito à prática desportiva. E é isso que faz uma nação ser esportivamente forte. O Brasil ainda está muito distante desse patamar.

O Brasil não avançou um metro sequer na formulação de políticas públicas para o desporto. A utilização sucessiva do Ministério do Esporte como elemento de barganha política e o desinteresse do Comitê Olímpico Brasileiro em adotar uma administração moderna, com regras claras de governança corporativa, fazem com que o esporte permaneça à mercê de sua própria sorte.

O Ministério do Esporte é um mero repassador de dinheiro. E o Comitê Olímpico Brasileiro, preocupado em organizar grandes eventos, tem servido para, além disso, distribuir uniformes. São organismos que têm um fim em si próprios.

Na estrutura do esporte brasileiro, as entidades batem cabeça. Na prática, não se sabe que atribuição compete a cada organização.

A visão puramente dinheirista que norteia a direção esportiva do Brasil é deplorável. O esporte social, que deve ser o início de tudo, continua desamparado. Crianças da rede pública de ensino permanecem sem acesso à pratica esportiva. E não há nenhum movimento para alterar essa realidade. As prioridades do país nesse setor estão erradas.

Não há vontade política de massificar o esporte. Enquanto isso, somos diariamente bombardeados com as cifras gigantescas que custarão aos cofres públicos a organização da Copa e da Olimpíada.

Num país em que crianças não têm bola, pista, quadra ou piscina à sua disposição, o Estado gastará uma exorbitância em estádios de futebol e complexos esportivos que não servirão para nada.

Daí seria de muita utilidade que cada estádio que for construído para a Copa transforme-se em unidade de desenvolvimento de esporte em sua região. Com poucas modificações, podem ser transformados em pistas de atletismo.

O Comitê Olímpico Brasileiro, financiado com muito dinheiro público, não divulga quanto ganham os seus funcionários de alto escalão, certamente bem mais que a Presidência da República. Também modifica os seus estatutos, blindando seus atuais gestores, de forma a tornar quase impossível a existência de movimento oposicionista.

Diz-se entidade privada, mas tem seus caprichos nutridos com verbas públicas. E o achincalhe é que nenhuma autoridade estatal repudia essas violências jurídicas.
Uma entidade que vive de dinheiro do povo não pode tirar desse mesmo povo o direito de concorrer aos cargos de sua direção. E é isso que faz o Comitê Olímpico Brasileiro.

Qualquer brasileiro no gozo de seus direitos pode ser candidato a presidente da nação. Mas não pode ser candidato a presidente de seu Comitê Olímpico. Uma verdadeira inversão de valores. O Brasil precisa alterar profundamente os conceitos que administram o esporte.

Se não houver mudanças imediatamente, a Copa e Olimpíada, juntas, poderão ser o maior escândalo da história da República. Lembremo-nos do Pan-2007, que custou 1.000% mais caro aos brasileiros. E cujo legado para o povo é nenhum."






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